EUA, 2018. 2h20min. Classifica\u00e7\u00e3o Indicativa: 12 anos. Dire\u00e7\u00e3o:<\/strong> Steven Spielberg. Roteiro:<\/strong> Zak Penn, Ernest Cline (baseado em livro de sua autoria). Elenco:<\/strong> Tye Sheridan (Parzival\/Wade), Olivia Cooke (Art3mis\/Samantha), Ben Mendelsohn (Sorrento), Mark Rylance (Anorak\/Halliday), Simon Pegg (Ogden Morrow).<\/p>\n H\u00e1 muito tempo n\u00e3o se tem esperan\u00e7a nos filmes do diretor Steven Spielberg. Na d\u00e9cada de 80, ele foi o diretor e produtor mais poderoso de Hollywood. Seu nome era sin\u00f4nimo, n\u00e3o s\u00f3 de um excelente diretor, mas de uma marca que significava sucesso, qualidade t\u00e9cnica, \u00f3timos efeitos especiais e, sobretudo, filmes espetaculares de entretenimento.<\/p>\n Foi com Spielberg, que voltou a se \u201ctorcer pelo mocinho, que salvava a mocinha do vil\u00e3o, no final do filme\u201d (sempre recheado de baldes de pipoca). Ele era considerado o \u201cPeter Pan\u201d do Cinema, a \u201ccrian\u00e7a que nunca crescia\u201d. Suas obras eram \u00fanicas, cheias de magia, emo\u00e7\u00e3o e divers\u00e3o. Deixou sua marca no cora\u00e7\u00e3o de milh\u00f5es de pessoas e marcou toda uma gera\u00e7\u00e3o, com filmes, como por exemplo:<\/p>\n Tubar\u00e3o<\/strong> (Jaws, 1975);<\/p>\n Contatos Imediatos do Terceiro Grau<\/strong> (Close Encounters of the Third Kind, 1977);<\/p>\n E.T. – O Extraterrestre<\/strong> (E.T. the Extra-Terrestrial, 1982);<\/p>\n Indiana Jones e os Ca\u00e7adores da Arca Perdida<\/strong> (Raiders of the Lost Ark, 1981);<\/p>\n Indiana Jones e o Templo da Perdi\u00e7\u00e3o<\/strong> (Indiana Jones and the Temple of Doom, 1984);<\/p>\n Indiana Jones e a \u00daltima Cruzada<\/strong> (Indiana Jones and the Last Crusade, 1989);<\/p>\n Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal<\/strong> (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, 2008);<\/p>\n Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros<\/strong> (Jurassic Park, 1993); entre outros.<\/p>\n Poltergeist: O Fen\u00f4meno<\/strong> (Poltergeist, 1982);<\/p>\n Gremlins<\/strong> (Gremlins, 1984);<\/p>\n Gremlins 2: A Nova Gera\u00e7\u00e3o<\/strong> (Gremlins 2: The New Batch, 1990);<\/p>\n Os Goonies<\/strong> (The Goonies, 1985);<\/p>\n De Volta para o Futuro<\/strong> (Back to the Future, 1985);<\/p>\n De Volta para o Futuro Parte II<\/strong> (Back to the Future Part II, 1989);<\/p>\n De Volta para o Futuro Parte III<\/strong> (Back to the Future Part III, 1990);<\/p>\n Uma Cilada Para Roger Rabbit<\/strong> (Who Framed Roger Rabbit, 1988), entre outros.<\/p>\n Mas, como o pr\u00f3prio Spielberg diz: \u201cN\u00f3s crescemos e amadurecemos; e come\u00e7amos a fazer filmes hist\u00f3ricos\u201d. Mesmo filmes importantes como A Lista de Schindler<\/strong> (Schindler’s List, 1993); e O Resgate do Soldado Ryan<\/strong> (Saving Private Ryan, 1998); pelos quais recebeu o pr\u00eamio Oscar de Melhor Diretor, fez com que aquele Spielberg de antigamente fosse desaparecendo (mas, sempre com not\u00e1vel parte t\u00e9cnica)… A magia come\u00e7ava a acabar…<\/p>\n A mudan\u00e7a de tecnologia tamb\u00e9m atrapalhou muito. Os efeitos especiais pr\u00e1ticos;\u00a0os efeitos visuais\u00a0\u00f3pticos; stop-motions<\/em> (anima\u00e7\u00e3o quadro-a-quadro); animatr\u00f4nicos; maquiagens; e maquetes; foram substitu\u00eddos por computa\u00e7\u00e3o gr\u00e1fica (fato este que deixou a maioria dos cineastas, que trabalhavam com efeitos especiais, pregui\u00e7osos (especialmente George Lucas)). A t\u00e3o famosa ILM (Industrial Light & Magic<\/em>), respons\u00e1vel por extraordin\u00e1rios efeitos especiais pr\u00e1ticos na d\u00e9cada de 80, hoje, quase n\u00e3o \u00e9 lembrada, a n\u00e3o ser por efeitos especiais CGI (Computer Generated Imagery ou Imagens Geradas por Computador) [em 2012, com a compra da Lucasfilm, a ILM tamb\u00e9m passa a ser propriedade da Walt Disney Company].<\/p>\n Seus recentes trabalhos tamb\u00e9m n\u00e3o foram muito bem recebidos, nem pelo p\u00fablico e nem pela cr\u00edtica especializada (mesmo alguns acima da m\u00e9dia, n\u00e3o se comparavam com o per\u00edodo de ouro oitentista). Filmes como Munique<\/strong> (Munich, 2005); Cavalo de Guerra<\/strong> (War Horse, 2011); Lincoln<\/strong> (Lincoln, 2012); Ponte dos Espi\u00f5es<\/strong> (Bridge of Spies, 2015); e The Post: A Guerra Secreta<\/strong> (The Post, 2017), nem pareciam ser obras do mestre Spielberg: n\u00e3o tinham mais o seu \u201ctoque de midas\u201d, seu estilo ou sua magia. Podiam ter sido\u00a0dirigidos por qualquer outro diretor.<\/p>\n Aquele cineasta ousado de Encurralado<\/strong> (Duel, 1971), j\u00e1 desaparecera h\u00e1 muito tempo.<\/p>\n Aqui, Jogador N\u00ba 1<\/strong> (2018), conta a interessant\u00edssima hist\u00f3ria de um jovem, Wade Watts (Tye Sheridan, o Cyclops\/Scott Summers, de X-Men: Apocalipse<\/strong> (X-Men: Apocalypse, 2016)), que vive em uma esp\u00e9cie de favela de traileres amontoados um em cima do outro, em um futuro pr\u00f3ximo, ano 2045, que corresponde ao mundo real.<\/p>\n A \u00fanica vez que Wade, realmente, se sente vivo \u00e9 quando ele escapa para o OASIS, um universo virtual imersivo, onde a maioria da humanidade passa seus dias. No OASIS, as pessoas podem ir a qualquer lugar, fazer qualquer coisa, ser quem elas quiserem (em seus, respectivos, \u201cavatares\u201d): os \u00fanicos limites s\u00e3o a pr\u00f3pria imagina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n O OASIS foi criado pelo brilhante e exc\u00eantrico James Halliday (Mark Rylance), que deixou sua imensa fortuna e controle total deste universo fant\u00e1stico de descobertas e perigos para o vencedor de um concurso de tr\u00eas partes (os competidores precisam encontrar 3 chaves m\u00e1gicas e achar o \u201cEaster Egg\u201d (literalmente, Ovo de P\u00e1scoa)), que ele projetou para encontrar um herdeiro digno.<\/p>\n Tamb\u00e9m entra em cena um grupo de revolucion\u00e1rios que tentam se opor a este mundo virtual<\/u> em detrimento do mundo real<\/u> (o interesse rom\u00e2ntico fica cargo da atriz Olivia Cooke (a Emma Decody da s\u00e9rie Motel Bates<\/strong> (Bates Motel, 2013-2017))); e o vil\u00e3o \u00e9 o ator Ben Mendelsohn (o tamb\u00e9m vil\u00e3o Orson Krennic de Rogue One: Uma Hist\u00f3ria Star Wars<\/strong> (Rogue One, 2016)).<\/p>\n O tema abordado \u00e9 muito bom e muito apropriado, especialmente nesta \u00e9poca em que as pessoas n\u00e3o conseguem se desconectar das Redes Sociais em seus Smartphones e similares.<\/p>\n Pena que os atores n\u00e3o tem o carisma suficiente para um filme deste porte (or\u00e7amento estimado de $175,000,000), especialmente a interpreta\u00e7\u00e3o do ator ingl\u00eas Mark Rylance (premiado com o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Ponte dos Espi\u00f5es<\/strong> (Bridge of Spies, 2015 (tamb\u00e9m de Spielberg)), aqui, completamente desinteressado, totalmente inadequado para o papel).<\/p>\n Os efeitos especiais CGI, no mundo virtual, deixam o filme com aquela est\u00e9tica de Anima\u00e7\u00e3o Hiperrealista, estilo Final Fantasy<\/strong> (Final Fantasy: The Spirits Within, 2001), ou seja, fake<\/em> (falso).<\/p>\n Fica tudo com muito mais cara de Videogame<\/u>, do que de Cinema<\/u> [mesmo Pixels<\/strong> (Pixels, 2015), com Adam Sandler, que aborda a quest\u00e3o dos videogames, foi muito mal recebido pela cr\u00edtica especializada].<\/p>\n E, mesmo as adapta\u00e7\u00f5es dos videogames para a tela grande n\u00e3o funcionaram: Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos<\/strong> (Warcraft, 2016); Assassin’s Creed<\/strong> (Assassin’s Creed, 2016); Tomb Raider: A Origem<\/strong> (Tomb Raider, 2018); nenhuma teve boa repercuss\u00e3o.<\/p>\n Mas, o filme tem bastante a\u00e7\u00e3o (a apresenta\u00e7\u00e3o do mundo virtual, no come\u00e7o;<\/strong> a corrida para encontrar a primeira chave;<\/strong> a imers\u00e3o no filme O Iluminado<\/strong> (The Shining, 1980), de Stanley Kubrick (o melhor momento do filme; quando deixa a hist\u00f3ria mais interessante);<\/strong> a enorme batalha no mundo virtual;<\/strong> e o (frustrante) inexistente duelo final entre o her\u00f3i e o vil\u00e3o (por que o vil\u00e3o n\u00e3o atira no her\u00f3i no final?).<\/strong>\u00a0E, pode ser uma boa divers\u00e3o descompromissada na sala escura do cinema (especialmente em IMAX). O que ajuda bastante o filme, s\u00e3o as in\u00fameras refer\u00eancias \u00e0 Cultura Pop (videogame, m\u00fasica e cinema), durante toda a proje\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A trilha sonora de Alan Silvestri (De Volta para o Futuro<\/strong> (Back to the Future, 1985); O Predador<\/strong> (Predator, 1987); Forrest Gump: O Contador de Hist\u00f3rias<\/strong> (Forrest Gump, 1994)), n\u00e3o deixa qualquer impress\u00e3o mais marcante; e a Dire\u00e7\u00e3o de Fotografia do polon\u00eas Janusz Kaminski, colaborador tradicional de Spielberg, deixa o filme com cores \u201cfrias\u201d\u00a0(o que j\u00e1 tinha acontecido com Minority Report – A Nova Lei<\/strong> (Minority Report, 2002), A.I.: Intelig\u00eancia Artificial<\/strong> (Artificial Intelligence: AI, 2001), e Guerra dos Mundos<\/strong> (War of the Worlds, 2005) [ilumina\u00e7\u00e3o inadequada para Filmes de Entretenimento, mais recomendada para Filmes de Arte;<\/strong> em contraste com o eterno Diretor de Fotografia, Douglas Slocombe (1913\u20132016), da trilogia oitentista \u201cIndiana Jones<\/strong>\u201d, que deixava a paleta de cores muito \u201cquente\u201d e colorida]), ou seja, a equipe t\u00e9cnica \u00e9 \u00f3tima, mas n\u00e3o estavam muito inspirados.<\/p>\n Que saudade do Spielberg das d\u00e9cadas de 70 e 80! Este Jogador N\u00ba 1<\/strong> (2018), \u00e9 apenas assist\u00edvel e esquec\u00edvel.<\/p>\n Para quem gosta do tema, recomendo conhecer os cl\u00e1ssicos oitentistas:<\/p>\n Tron – Uma Odiss\u00e9ia Eletr\u00f4nica<\/strong> (TRON, 1982), com Jeff Bridges, filme pioneiro do g\u00eanero e muito mais divertido do que as recentes adapta\u00e7\u00f5es [teve uma continua\u00e7\u00e3o chamada Tron: O Legado<\/strong> (Tron, 2010)].<\/p>\n Jogos de Guerra<\/strong> (WarGames, 1983), de John Badham, com Matthew Broderick.<\/p>\n Os Her\u00f3is N\u00e3o T\u00eam Idade<\/strong> (Cloak & Dagger, 1984), de Richard Franklin, com Henry Thomas.<\/p>\n![\"\"](\"http:\/\/www.loucademiadecinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/04\/2018-Ready-Player-One-tt1677720-USA.jpg\")
<\/a><\/p>\nComo Diretor:<\/u><\/span><\/strong><\/h3>\n
<\/a><\/p>\n<\/a><\/p>\nComo Produtor:<\/u><\/span><\/strong><\/h3>\n
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