Críticas │ Papai é Pop (2022)

Papai é Pop (2022)

BRA, 2022. 1h48 min. Classificação Indicativa: Livre. Direção: Caito Ortiz. Roteiro: Ricardo Hofstetter, Maíra Oliveira; Marcos Piangers (livro); Luísa Guanabara, Lusa Silvestre (colaboração). Elenco: Lázaro Ramos (Tom), Paolla Oliveira (Elisa), Elisa Lucinda (Gladys), Malu Aloise (Laura), Leandro Ramos, Dadá Coelho.

A vida de Tom muda após se tornar pai. Com a esposa Elisa, aprende o significado do amor incondicional depois do nascimento de sua filha. Uma representação fiel da relação daqueles pais comprometidos com os filhos.

O filme aborda as nuances da paternidade em um texto delicado e profundo. Dirigido por Caito Ortiz (conhecido pelo seu trabalho em O Roubo da Taça (2016) [direção], Coisa Mais Linda (2019) [produção executiva série de TV] e O Farol (2019) [produção executiva]), o filme transita entre as mais variadas relações paternais, desde casos de pais mais corujas até os que abandonaram o filho antes mesmo do nascimento ou os que partiram cedo demais.

Livremente inspirada no livro homônimo de Marcos Piangers, a comédia dramática conta a história de Tom (Lázaro Ramos), um desenvolvedor de sistemas que vê sua vida mudar ao se tornar pai de primeira viagem. Ao lado da mulher Elisa (Paolla Oliveira), Tom precisa aprender a cuidar da filha recém-nascida enquanto tenta manter o relacionamento e lidar com os traumas de ter sido abandonado pelo pai. Sem saber como agir com a primeira filha, ele busca ajuda de um amigo, um pai omisso, enquanto Elisa cuida tanto da própria filha quanto do filho do porteiro, que perdeu a mulher no parto.

Se por um lado o protagonista Tom fala que para mulher é fácil, porque nasce com esse manual de mãe já todo instalado no sistema, por que, então, não criamos os filhos homens para serem pais? Em que momento esses indivíduos assumem a paternidade para além do papel e das contas? Estes e outros questionamentos que estão enraizados na nossa cultura são levantados pelo longa, mas não de maneira leve estilo a série ‘Olha Quem Está Falando (Look Who’s Talking, 1989, 1990, 1993)’, consciente da complexidade do tema, o que torna o roteiro de Ricardo Hofstetter, com colaboração de Maíra Oliveira e Luísa Guanabara, um trabalho de intensa observação e reflexão.

Papai é Pop (2022) é um filme extremamente sensível, que conta com ótimo elenco (destaque para a pequena Laura (Malu Aloise, na fase já crescidinha)), certeiro ao jogar luz num ponto tão frágil da estrutura familiar, mas que precisa urgentemente ser fortalecida e conversada.

Quer se divertir com comédias semelhantes ao tema? Recomendo:

O Tiro que não Saiu pela Culatra (Parenthood, 1989), de Ron Howard, com Steve Martin, Mary Steenburgen, Dianne Wiest.

Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990), de Chris Columbus, com Macaulay Culkin, Joe Pesci, Daniel Stern.

O Pestinha (Problem Child, 1990), de Dennis Dugan, com Michael Oliver, John Ritter, Jack Warden.

Divirta-se!

Fontes: IMDb, Prodigo Films, Galeria Distribuidora.