Cinquenta Tons de Liberdade (2018) – Fifty Shades Freed
EUA, 2018. 1h45min. Classificação Indicativa: 16 anos. Direção: James Foley. Roteiro: Niall Leonard (baseado no livro de E.L. James). Elenco: Dakota Johnson (Anastasia Steele), Jamie Dornan (Christian Grey), Eric Johnson (Jack Hyde), Marcia Gay Harden (Grace Grey), Eloise Mumford (Kate Kavanagh), Rita Ora (Mia Grey), Luke Grimes (Elliot Grey).
Conclusão da trilogia sucesso de bilheteria e imenso fracasso de crítica, sobre o romance de um casal ligado a sadomasoquismo, iniciada com Cinquenta Tons de Cinza, 2015 (o filme rendeu, mundialmente, $571,006,128, para um modesto orçamento de $40 milhões), seguido por Cinquenta Tons Mais Escuros, 2017 (rendeu, mundialmente, $381,128,783, para um orçamento de $55 milhões). Este Cinquenta Tons de Liberdade (2018), também custou $55 milhões e rendeu, no mundo todo, $365,276,360.
Isto só comprova que sexo ainda causa polêmica, desperta a curiosidade do público e gera muita discussão sobre o assunto (num momento em que se luta pelo empoderamento feminino, e que Hollywood faz enorme manifestação para evitar assédios e até estupros de mulheres e atrizes, principalmente contra o poderoso produtor americano Harvey Weinstein, cofundador da Miramax em 1979, estúdio que produziu e distribuiu filmes independentes aclamados, como Pulp Fiction: Tempo de Violência (Pulp Fiction, 1994), de Quentin Tarantino; Sexo, Mentiras e Videotape (Sex, Lies, and Videotape, 1989), de Steven Soderbergh; e O Balconista (Clerks, 1994), de Kevin Smith. Em 2005, ao lado do irmão caçula, Bob, fundou a The Weinstein Company). Mas, não nesta cinessérie que é extremamente superficial e chega a ser risível (ainda que, no final, tentem dar uma justificativa mais “família” à história).
O casal central Christian Grey e Anastasia Steele, no início do filme, casam-se e compartilham uma vida de luxo. Basicamente, o casamento resume-se a viajar de jatinho, comprar mansões, andar de carros exageradamente caros e, claro, muito sexo.
Para não ficar muito só nas relações sexuais e nas cenas de nudez (que não trazem nenhuma novidade, são medíocres, dispensáveis e nada excitantes), o roteiro criou, para dar um pouco mais de suspense à trama, uma banal história de vingança do ex-chefe (Eric Johnson) de Anastasia (do filme anterior), enquanto a mesma tenta entrar em seu papel como a Sra. Grey, bem como ter sucesso como editora de livros.
Dramaticamente, nulo. Interpretações, nulas. Eroticamente, nulo. Talento, nulo. Chega a ser pior do que “A Saga Crepúsculo” (formada por Crepúsculo (Twilight, 2008); A Saga Crepúsculo: Lua Nova (The Twilight Saga: New Moon, 2009); A Saga Crepúsculo: Eclipse (The Twilight Saga: Eclipse, 2010); A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 1, 2011); A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 2, 2012)), que já era péssima. Desastre mesmo é a paródia estrelada por Marlon Wayans (comediante da sátira vulgar de filmes de terror, Todo Mundo em Pânico (2000) e Todo Mundo em Pânico 2 (2001)), chamada Cinquenta Tons de Preto (2016), uma das piores comédias já realizadas.
O diretor James Foley (que dirigiu vários videoclipes e séries de TV), teve até certo prestígio e repercussão na década de 1980, com filmes como Jovens sem Rumo (1984) e Quem É Essa Garota?, 1987 (estrelado pela cantora Madonna), mas acabou se perdendo em produções desnecessárias como esta.
Seria recomendável que filmes assim nunca mais fossem feitos para o Cinema.
Para quem procura um bom filme do gênero romance com cenas mais picantes, recomendo o grande sucesso da década de 1980, 9 1/2 Semanas de Amor (Nine 1/2 Weeks, 1986), estrelado por Mickey Rourke e Kim Basinger (que também participa desta série “Cinquenta Tons”, como Elena Lincoln, a mulher responsável por iniciar o herói na arte do sexo); além do clássico thriller erótico Instinto Selvagem (Basic Instinct, 1992), estrelado por Michael Douglas e pela linda Sharon Stone (filme responsável pela safra de filmes deste subgênero da década de 1990); e do bom suspense Atração Fatal (Fatal Attraction, 1987), estrelado também por Michael Douglas, além de Glenn Close e Anne Archer.
Agora, se você procura uma obra realmente polêmica, procure conhecer o ousado Último Tango em Paris (Ultimo tango a Parigi, 1972), do diretor italiano Bernardo Bertolucci, com Marlon Brando e Maria Schneider. Este, sim, é perturbador!
Divirta-se!
Fontes: IMDb, Box Office Mojo, Universal Pictures, Universal Pictures Brasil.
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