Críticas │ Star 80 (1983)

Star 80 (1983)Star 80

EUA, 1983. 1h43min. Classificação Indicativa: 18 anos. Direção: Bob Fosse. Roteiro: Bob Fosse (baseado no artigo para o jornal The Village Voice da jornalista investigativa Teresa Carpenter [premiada com o Prêmio Pulitzer de Redação em 1981]). Elenco: Mariel Hemingway (Dorothy Stratten), Eric Roberts (Paul Snider), Cliff Robertson (Hugh Hefner), Roger Rees (Aram Nicholas), David Clennon (Geb), Josh Mostel (Detetive Particular), Carroll Baker (a Mãe de Dorothy).

Cinebiografia baseada na vida da coelhinha da revista Playboy, Dorothy Stratten (1960 – 1980; Galaxina (Galaxina, 1980)), Playmate of the Year, que, realmente, era linda e teve um fim trágico.

O filme é dirigido pelo lendário Bob Fosse (Cabaret (Cabaret, 1972); O Show Deve Continuar (All That Jazz, 1979)), e conta a história da jovem, angelical e ingênua Dorothy (interpretada pela bela e, frequentemente nua, Mariel Hemingway (Superman IV: Em Busca da Paz (Superman IV: The Quest for Peace, 1987); neta do escritor e Prêmo Nobel de Literatura, Ernest Hemingway)), desde quando trabalhava como garçonete numa lanchonete, no Canadá.

Mas, quem rouba mesmo o filme é o ator Eric Roberts (Expresso Para o Inferno (Runaway Train, 1985)), interpretando, de forma excelente, o marido-gigolô, Paul Snider. Paul era um promotor de clubes noturnos baratos, narcisista, vigarista e cafetão; e viu em Dorothy sua ascensão para uma vida de sucesso (Dorothy não só se casou com ele, como também tornou-se a modelo Playmate de agosto de 1979 e, finalmente, a Playmate of the Year, de 1980).

Além de falsificar a assinatura da mãe de Dorothy, para que a mesma fizesse um teste fotográfico, Paul Snider era extremamente ciumento e obsessivo; caindo no desagrado do editor-chefe da Playboy, Hugh Hefner (interpretado por Cliff Robertson (1923–2011), o tio Ben, da cinessérie “Homem-Aranha”, de Sam Raimi: Homem-Aranha (Spider-Man, 2002); Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, 2004); Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007)), e do diretor de cinema Peter Bogdanovich (A Última Sessão de Cinema (The Last Picture Show, 1971)); (Essa Pequena é uma Parada (What’s Up, Doc?, 1972)); (Marcas do Destino (Mask, 1985)), creditado, para evitar problemas judiciais, como Aram Nicholas (interpretado pelo ator Roger Rees).

Paul Snider, vendo que seu casamento (era constantemente infiel à esposa) e seu domínio sobre Dorothy (que começara um romance com o cineasta Peter Bogdanovich), pareciam ter acabado (ela pretendia resolver a questão do divórcio), em um momento de desespero, comente o tão famoso final trágico.

Importantes temas são tratados neste filme: o sucesso a qualquer preço; o casamento por interesse; a ganância sem limites; ser vítima da própria fama; além de ter, de certa forma, prenunciado um período “negro” da década de 1980, que foi o começo da era AIDS, e, tecnicamente, a passagem da película 35 mm para o vídeo VCR, no Cinema Adulto.

Recomendado para quem gosta de biografias, uma parte triste da história da Playboy, fãs e quem quer conhecer mais sobre a vida da belíssima Dorothy Stratten.

[Uma curiosidade: A história de Dorothy Stratten foi retratada, pela primeira vez, no telefilme Mulher Ardente (Death of a Centerfold: The Dorothy Stratten Story, 1981), que foi levado ao ar pela NBC, estrelado por Jamie Lee Curtis (Halloween: A Noite do Terror (Halloween, 1978))]. Também sobre ela, o cineasta Peter Bogdanovich, com quem Stratten manteve um relacionamento durante as filmagens de Muito Riso e Muita Alegria (They All Laughed, 1981), filme do diretor que deveria lançá-la ao estrelato em Hollywood, escreveu o livro The Killing of the Unicorn.

Para quem gosta também do mundo do Cinema Adulto, pode experimentar a obra-prima de Paul Thomas Anderson, Boogie Nights: Prazer Sem Limites (Boogie Nights, 1997), com Mark Wahlberg, Julianne Moore e Burt Reynolds; ou a cinebiografia de Linda Lovelace (protagonista do clássico Garganta Profunda (Deep Throat, 1972)), Lovelace (Lovelace, 2013), estrelado por Amanda Seyfried [ou o documentário Por Dentro do Garganta Profunda (Inside Deep Throat, 2005), de Fenton Bailey, Randy Barbato];

Ou a também trágica biografia dos Mitchell Brothers em Censura Máxima (Rated X, 2000), com os também irmãos Charlie Sheen e Emilio Estevez, dirigido por Estevez; O Povo Contra Larry Flint (The People vs. Larry Flynt, 1996), de Milos Forman, com Woody Harrelson, sobre a vida conturbada do editor-chefe da revista Hustler; ou ainda Crimes em Wonderland (Wonderland, 2003), com Val Kilmer, que conta o submundo da vida do maior ator pornô de todos os tempos: John Holmes.

Divirta-se!

Fontes: IMDb, The Ladd Company, Warner Home Vídeo, Playboy Entertainment Group, Playboy Home Video.