Rampage: Destruição Total (2018) – Rampage
EUA, 2018. 1h47min. Classificação Indicativa: 14 anos. Direção: Brad Peyton. Roteiro: Ryan Engle, Carlton Cuse, Ryan J. Condal, Adam Sztykiel (história de Ryan Engle). Elenco: Dwayne Johnson (Davis Okoye), Naomie Harris (Dra. Kate Caldwell), Malin Akerman (Claire Wyden), Jeffrey Dean Morgan (Harvey Russell), Jake Lacy (Brett Wyden).
É impressionante como alguns filmes (ruins) estrelados por Dwayne Johnson (também conhecido pelo seu nome de lutador, The Rock), vão bem de bilheteria: Velozes & Furiosos 7 (Furious Seven, 2015), rendeu, mundialmente, $1,516,045,911; Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, 2017), rendeu $1,238,764,765; e a continuação de Jumanji (Jumanji ,1995), com Robin Williams, Jumanji: Bem-Vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle, 2017), já acumula $955,505,225. Sinal que o público gosta dos filmes de ação do astro musculoso.
Este Rampage: Destruição Total (Rampage, 2018), lembra muito os filmes de Monstros e Alienígenas, do mestre do stop-motion (animação quadro-a-quadro), Ray Harryhausen (um apaixonado por filmes de gorilas, especialmente King Kong (King Kong, 1933)), da década de 1950, quando algum monstro (gorila/dinossauro/polvo gigante), atacava alguma cidade causando enorme destruição.
Só que os efeitos especiais da época eram excelentes (hoje, talvez, muito datados, e somente utilizados mais em animações (destaco o também mestre Nick Park, de A Fuga das Galinhas (Chicken Run, 2000))), dando um charme, uma estética especial às obras.
Havia também o contexto da época da guerra fria e a paranoia comunista, fato este que agregava crítica e denúncia social, e não deixava os filmes sem conteúdos.
É o que acontece aqui: efeitos digitais CGI, que não impressionam ninguém, e falta de conteúdo, que mostram que o filme é apenas direcionado para o puro entretenimento descompromissado, vazio e passageiro.
O começo lembra o clássico oitentista A Bolha Assassina (The Blob, 1988), ótima refilmagem de outro filme da década de 1950, A Bolha (The Blob, 1958), estrelado por Steve McQueen: vários meteoritos caem no planeta Terra trazendo um patógeno que contamina alguns animais.
Na verdade, são experimentos genéticos que não deram certo (uma espaçonave explode com uma cientista que, obrigada, tenta enviar os invólucros com os experimentos à Terra).
Davis Okoye (papel de Dwayne Johnson), é um primatologista, um homem recluso, que se relaciona melhor com os animais do que com os seres-humanos. Ele compartilha uma amizade com George, um gorila branco, muito inteligente que está sob seus cuidados desde o nascimento (ambos comunicam-se por sinais; a família do gorila branco foi morta por caçadores).
Quando o experimento genético desonesto (por isso, realizado no espaço), é encontrado por animais, os mesmos transformam-se em monstros gigantes (pois as capsulas soltam um gás verde), que destroem tudo que está em seu caminho (o gorila (amigo de Dwayne), um lobo e um crocodilo).
Agora, Okoye precisa conseguir um antídoto e impedir que seu amigo gorila provoque uma catástrofe global. Para isso, ele recebe a ajuda da Dra. Kate Caldwell (Naomie Harris, a Moneypenny dos filmes de James Bond – 007: 007 Contra Spectre (Spectre, 2015); 007 – Operação Skyfall (Skyfall, 2012)); e é ajudado também por Harvey Russell (interpretado pelo ótimo Jeffrey Dean Morgan, o Negan da Série de TV The Walking Dead (The Walking Dead, 2010- ), e o Edward Blake/Comediante, de Watchmen: O Filme (Watchmen, 2009), sempre “over”, sempre “super-representando”); contra a dupla de irmãos vilões, Claire Wyden (Malin Akerman, a Laurie Jupiter/Silk Spectre II, também de Watchmen: O Filme (Watchmen, 2009)), e Brett Wyden (Jake Lacy).
É uma pena que o filme possua tantos absurdos: monstros à prova de balas/foguetes/mísseis; a escapada do avião; os animais gigantes sendo atraídos por ondas de rádio; o herói em salvamento com uma bala na barriga; a vilã sendo devorada; etc. O humor também é de gosto duvidoso, especialmente as piadinhas “sexuais” do gorila branco…
Resumindo: assistível, esquecível e descartável. Mais um ótimo exemplo de um “enlatado” norte-americano.
Para quem gosta de filmes de monstros destruindo cidades, recomendo:
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Filmes de King Kong:
King Kong (King Kong, 1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, com Fay Wray, Robert Armstrong [possui uma boa continuação: O Filho de King Kong (The Son of Kong, 1933), também de Ernest B. Schoedsack, e também estrelado por Robert Armstrong].
King Kong (King Kong, 1976), de John Guillermin, com Jeff Bridges, Jessica Lange, e produção de Dino De Laurentiis [teve uma “inacreditável” continuação: King Kong 2 (King Kong Lives, 1986), também de John Guillermin, com Linda Hamilton, Brian Kerwin].
King Kong (King Kong, 2005), de Peter Jackson (diretor da trilogia: “Senhor dos Anéis”, 2001/2002/2003 e “O Hobbit”, 2012/2013/2014), com Naomi Watts, Adrien Brody, Jack Black.
[existe uma nova versão chamada: Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island, 2017), de Jordan Vogt-Roberts, estrelada por Tom Hiddleston (o vilão Loki, das cinesséries “Thor” e “The Avengers: Os Vingadores”, da Marvel), Samuel L. Jackson, Brie Larson, John C. Reilly, John Goodman]
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Filmes de Ray Harryhausen:
Monstro de um Mundo Perdido (Mighty Joe Young, 1949), de Ernest B. Schoedsack (o mesmo diretor de “King Kong” e “O Filho de King Kong”, ambos de 1933), com Terry Moore, Ben Johnson, Robert Armstrong (ator também dos “Kongs”, de 1933) [possui uma versão mais moderna chamada: Poderoso Joe (Mighty Joe Young, 1998), de Ron Underwood, com Bill Paxton, Charlize Theron].
O Monstro do Mar (The Beast from 20,000 Fathoms, 1953), de Eugène Lourié, com Paul Hubschmid, Paula Raymond, Cecil Kellaway.
O Monstro do Mar Revolto (It Came from Beneath the Sea, 1955), de Robert Gordon, com Kenneth Tobey, Faith Domergue, Donald Curtis.
A Vinte Milhões de Léguas da Terra (20 Million Miles to Earth, 1957), de Nathan Juran, com William Hopper, Joan Taylor, Thomas Browne Henry.
A Ilha Misteriosa (Mysterious Island, 1961), de Cy Endfield, com Michael Craig, Joan Greenwood, Michael Callan e Herbert Lom (no papel do Capitão Nemo) [[“A Ilha Misteriosa” (Mysterious Island, 1961), possui uma (fraca) versão moderna: Viagem 2: A Ilha Misteriosa (Journey 2: The Mysterious Island, 2012), estrelada por Dwayne Johnson, Josh Hutcherson, Michael Caine; que por sua vez é uma vaga sequência (do também fraco) Viagem ao Centro da Terra: O Filme (Journey to the Center of the Earth, 2008), com Brendan Fraser, Josh Hutcherson (do primeiro filme desta franquia “Journey”); que por sua vez também é uma versão moderna de Viagem ao Centro da Terra (Journey to the Center of the Earth, 1959), estrelado por James Mason, Pat Boone]. [o papel do Capitão Nemo (interpretado por Herbert Lom), em A Ilha Misteriosa (Mysterious Island, 1961); foi apresentado, anteriormente, no filme 20.000 Léguas Submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954), de Richard Fleischer, com Kirk Douglas (e quem interpreta o Capitão Nemo neste filme, é o ator James Mason) – todos baseados nas obras do escritor francês, Júlio Verne]]
O Vale de Gwangi (The Valley of Gwangi, 1969), de James O’Connolly, com James Franciscus, Gila Golan, Richard Carlson.
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Trilogia Planeta dos Macacos 2011/2014/2017:
Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011), de Rupert Wyatt, com James Franco, Andy Serkis (captura de movimento de Caesar), Freida Pinto.
Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, 2014), de Matt Reeves, com Jason Clarke, Gary Oldman, Keri Russell, Andy Serkis (captura de movimento de Caesar).
Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017), também de Matt Reeves (o mesmo diretor do anterior: “Planeta dos Macacos: O Confronto”, 2014), com Andy Serkis (captura de movimento de Caesar), Woody Harrelson, Steve Zahn.
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Cinessérie Planeta dos Macacos 1968/1970/1971/1972/1973/2001:
Para quem quiser conhecer a cinessérie “O Planeta dos Macacos”, os filmes são formados por: O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968); De Volta ao Planeta dos Macacos (Beneath the Planet of the Apes, 1970); Fuga do Planeta dos Macacos (Escape from the Planet of the Apes, 1971); A Conquista do Planeta dos Macacos (Conquest of the Planet of the Apes, 1972); A Batalha do Planeta dos Macacos (Battle for the Planet of the Apes, 1973).
[existe uma refilmagem do original O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968), de Franklin J. Schaffner, com Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter; também chamado O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 2001), de Tim Burton, com Mark Wahlberg, Helena Bonham Carter, Tim Roth (possui extraordinária maquiagem do especialista Rick Baker, mas o final do filme é muito confuso, fazendo com que o expectador saia do filme sem entender o que aconteceu com a resolução da trama)]
Agora, quem quiser um filme mais “sério”, recomendo Nas Montanhas dos Gorilas (Gorillas in the Mist: The Story of Dian Fossey, 1988), de Michael Apted, com Sigourney Weaver, Bryan Brown, Julie Harris.
Divirta-se!
Fontes: IMDb, Box Office Mojo, ASAP Entertainment, Flynn Picture Company, New Line Cinema, Warner Bros. Pictures, Twisted Media, Wrigley Pictures.
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