Círculo de Fogo: A Revolta (2018) – Pacific Rim: Uprising
USA/China, 2018. 1h51min. Classificação Indicativa: 12 anos. Direção: Steven S. DeKnight. Roteiro: Steven S. DeKnight, Emily Carmichael, Kira Snyder, T.S. Nowlin (basedo nos personagens criados por Travis Beacham). Elenco: John Boyega (Jake Pentecost), Scott Eastwood (Nate Lambert), Cailee Spaeny (Amara Namani), Burn Gorman (Dr. Hermann Gottlieb), Charlie Day (Dr. Newton Geiszler), Rinko Kikuchi (Mako Mori).
O primeiro filme desta nova cinessérie “Circulo de Fogo” não tinha sido muito memorável (o final deste segundo exemplar dá margem já a um terceiro filme). Apesar disso, Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013), rendeu, no mundo todo, $411,002,906, para um orçamento generoso de $190 milhões. Foi dirigido pelo ótimo Guillermo del Toro (da obra-prima O Labirinto do Fauno (El laberinto del fauno, 2006); foi vencedor do Oscar 2018 de Melhor Diretor por A Forma da Água (The Shape of Water, 2017); e, neste segundo filme, o diretor mexicano apenas produz), e contava a história da invasão da Terra pelos Kaijus, monstros enormes que emergiram de um portal interdimensional localizado no fundo do Oceano Pacífico.
A humanidade se une e cria uma série de robôs gigantes, os Jaegers, que são controlados por duas pessoas através de uma conexão neural.
Tinha certa nostalgia especialmente por homenagear os filmes japoneses de monstros colossais (Kaiju é uma palavra japonesa que significa “monstro” e o mais famoso deles é Godzilla) e as séries de TV com robôs gigantes e heróis com armaduras metálicas, os Tokusatsu (gênero que englobava produções televisivas que se utilizava de efeitos especiais, como Gyaban, Sharivan, Shaider, Jaspion, Spielvan, Metalder, Jiraiya, Jiban, Winspector e Solbrain (que fazem parte do grupo Metal Hero, bastante popular no Brasil)). Jaeger é uma palavra alemã que significa “caçador”.
Os efeitos visuais dos robôs gigantes eram ótimos, bem como a trilha sonora (de Ramin Djawadi (Homem de Ferro (Iron Man, 2008)); o design dos monstros era um tanto bizarro e o elenco jovem não tinha a presença cênica marcante para um grande espetáculo (apesar do ótimo ator Idris Elba (o Heimdall, da cinessérie “Thor”: Thor (Thor, 2011); Thor: O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World, 2013); Thor: Ragnarok (Thor: Ragnarok, 2017)), e do alívio cômico de Ron Perlman (o Hellboy, da cinessérie “Hellboy”: Hellboy (Hellboy, 2004), de del Toro; Hellboy II: O Exército Dourado (Hellboy II: The Golden Army, 2008), também de del Toro)).
Nos créditos finais, o filme era dedicado ao “Mestre dos Monstros”, Ishiro Honda ((1911-1993); diretor de cinema japonês responsável por Godzilla (Gojira, 1954), Godzilla, O Monstro do Mar (Godzilla, King of the Monsters!, 1956), King Kong vs. Godzilla (King Kong vs. Godzilla, 1962), Godzilla Contra a Ilha Sagrada (Mothra vs. Godzilla, 1964), O Despertar dos Monstros (Destroy All Monsters, 1968), Godzilla (Godzilla, 1977)).
Em 2017, Michael Bay dirigiu o quinto e longo filme da série “Transformers”, Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, 2017), com 2h34min de duração, outro filme com robôs gigantes. Totalmente, exaustivo! (mesmo no cinema). Assim, uma continuação de Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013), não parecia muito necessária.
De qualquer forma, este Círculo de Fogo: A Revolta (Pacific Rim: Uprising, 2018), custou $150 milhões e mantém as mesmas características do primeiro filme: ótimos efeitos visuais, monstros bizarros e um elenco jovem sem muito carisma e sem muita presença cênica na tela grande do cinema (o mais conhecido é o ator que faz o filho de Idris Elba (do filme anterior), John Boyega (o Finn da terceira trilogia “Star Wars”: Star Wars: O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens, 2015); Star Wars: Os Últimos Jedi (Star Wars: Episode VIII – The Last Jedi, 2017); e Star Wars: A Ascensão Skywalker (Star Wars: Episode IX – The Rise of Skywalker, 2019)).
Boyega interpreta Jake Pentecost, filho de Stacker Pentecost (Idris Elba), que foi o responsável pelo comando da rebelião Jaeger. Jake era um promissor piloto de robôs gigantes que abandonou o treinamento e se envolveu com o submundo do crime. Contudo, ele recebe uma segunda chance de provar seu valor quando uma nova ameaça aparece. Jake é recrutado por sua irmã (adotiva), Mako Mori (Rinko Kikuchi, também do primeiro filme), que está liderando uma nova geração de Jaegers contra um novo perigo (é introduzido um novo projeto de uma Companhia Chinesa e, posteriormente, é apresentada a figura de um traidor).
Scott Eastwood interpreta um piloto rival chamado Lambert e Cailee Spaeny faz o papel de uma “Jaeger hacker” chamada Amara, de apenas 15 anos (!).
Temos também o retorno dos amalucados cientistas Burn Gorman (Dr. Hermann Gottlieb) e Charlie Day (Dr. Newton Geiszler), responsáveis pela cena do elevador: uma das mais risíveis do filme (completamente, inverossímil!).
Na década de 1980, os personagens de filmes de ação com Sylvester Stallone (Rambo – Programado Para Matar (First Blood, 1982)), Arnold Schwarzenegger (Comando Para Matar (Commando, 1985)), e Chuck Norris (Braddock – O Super Comando (Missing in Action, 1984)), eram, normalmente, veteranos da Guerra do Vietnã, ou seja, eram combatentes experientes.
Charles Bronson (1921–2003; Desejo de Matar 3 (Death Wish 3, 1985), Roger Moore (1927–2017; o ator tinha 57 anos quando fez 007 – Na Mira dos Assassinos (A View to a Kill, 1985)), e Clint Eastwood (Dirty Harry na Lista Negra (The Dead Pool, 1988); o ator Scott Eastwood é filho de Clint e muito parecido com o pai), também tinham muita experiência e incrível presença fílmica, para convencerem perfeitamente em papéis maduros e de “durões”.
Aqui, o que vemos são atores muito jovens se passando por personagens experientes e que vão salvar o mundo (!). Simplesmente, não convence! [também há concessões: um grande número de atores orientais, para garantir sucesso no mercado externo (especialmente o chinês!)]
Um dos principais nomes do filme original, Charlie Hunnam, está fora desta sequência, devido a problemas de agenda, mas não há menção da morte do seu personagem, deixando em aberto a possibilidade dele reaparecer em futuras continuações.
Com muita ação e tecnologia contra os monstros Kaiju (especialmente no final), o filme é bastante movimentado e tem muita destruição no melhor estilo Michael Bay, da franquia “Transformers”. O expectador que gostou do primeiro, também vai gostar deste. Mas, apesar de ser satisfatório, é, de certo modo, um entretenimento vazio, sem conteúdo e desnecessário (também no melhor estilo Michael Bay), um pouco prejudicado por uma história rasa e fraquinha…
Para quem gosta de filmes de robôs gigantes, o recomendável é a cinessérie de grande sucesso, “Transformers”: Transformers (Transformers, 2007); Transformers: A Vingança dos Derrotados (Transformers: Revenge of the Fallen, 2009); Transformers: O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark of the Moon, 2011); Transformers: A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction, 2014); Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, 2017).
Procure experimentar também o bom Gigantes de Aço (Real Steel, 2011), estrelado por Hugh Jackman (Wolverine: Imortal (The Wolverine, 2013)).
Agora, para quem detesta a franquia “Transformers” e prefere filmes mais “alternativos” e de baixo orçamento, pode arriscar-se com Robojox – Os Gladiadores do Futuro (Robot Jox, 1989), Rebelião no Século 21 (Crash and Burn, 1990), A Guerra dos Robôs (Robot Wars, 1993) ou Tropas do Futuro (Robo Warriors, 1996).
Mas, se você é mesmo nostálgico (ou quer conhecer mais sobre o tema), é sempre bom rever as divertidas séries televisivas japonesas Tokusatsu, que podem ser divididas em grupos ou franquias, nas quais cada uma possui suas peculiaridades: Sentai/Super Sentai, Metal Hero, Kamen Rider, Ultraman, Henshin Hero, Kyodai Hero e Kaiju.
Divirta-se!
Fontes: IMDb, Box Office Mojo, Universal Pictures, Legendary Entertainment.
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