Críticas │ Cemitério Maldito (2019)

Cemitério Maldito (2019) Pet Sematary

EUA, 2019. 1h 41min. Classificação Indicativa: 16 anos. Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer. Roteiro: David Kajganich, Jeff Buhler; (baseado na obra de) Stephen King. Elenco: Jason Clarke (Louis Creed), Amy Seimetz (Rachel Creed), Jeté Laurence (Ellie Creed), Hugo Lavoie e Lucas Lavoie (Gage Creed), John Lithgow (Jud Crandall), Obssa Ahmed (Victor Pascow), Maria Herrera (Marcella), Naomi Frenette (Upset Student), Alyssa Brooke Levine (Zelda), Sonia Maria Chirila (Young Rachel), Bailey Thain (Kid #1), Jacob Lemieux (Kid #2).

Tentativa malsucedida de repetir o estrondoso sucesso de It: A Coisa (It, 2017), a maior bilheteria da História do Cinema para um filme de terror (o filme custou $35 milhões e rendeu, no mundo todo, $700,381,748 milhões de dólares).

Acaba sendo uma desnecessária adaptação do livro de Stephen King, O Cemitério (Pet Sematary, 1983), já levada aos cinemas por Mary Lambert no clássico cult oitentista Cemitério Maldito (Pet Sematary, 1989), grande êxito do período, ajudado pela ótima trilha sonora do grupo Ramones, também de grande sucesso.

O clássico Cemitério Maldito (Pet Sematary, 1989) teve uma continuação da mesma diretora Mary Lambert: Cemitério Maldito II (Pet Sematary II, 1992).

Aqui, Louis (Jason Clarke) e a mulher Rachel (Amy Seimetz), juntamente com seus filhos, a menina Ellie (Jeté Laurence) e o garotinho Gage (os gêmeos Hugo Lavoie e Lucas Lavoie), vão morar em uma casa cercada por uma floresta, em busca de uma vida mais pacata. Mas, na propriedade do casal existe, além de uma estrada onde transita caminhões, um cemitério de animais, o Pet Cemetery/Cemitério de Animais (escrito errado de propósito, pois simula a escrita de uma criança: Pet Sematary/”Simitério” de Animais).

Ao longo do cemitério de animais existe um local que os indígenas acreditavam ter uma energia mística e que trazia os mortos à vida. Só que eles não voltam do mesmo modo. Mas, sim, voltam endemoniados.

Quando o gato da família morre, o pai, em uma tentativa de não causar sofrimento à sua filha, enterra-o no lugar amaldiçoado, e o mesmo volta à vida, causando um grande conflito psicológico no pai, que é médico e todo racional.

No aniversário da filha, ocorre um acidente e a mesma é atropelada e morre. O pai, não aguentando a dor da perda, enterra a filha no local sacrílego e a mesma volta encapetada e tenta matar toda a família.

O filme começa com algumas cenas interessantes como: a tentativa de salvar um rapaz negro atropelado (seu fantasma tenta, posterirormente, avisar o pai da maldição do lugar); a volta do gato à vida; a morte do vizinho amigo.

Mas, quando a garotinha volta endemoniada, o roteiro se perde e acaba por destruir o filme inteiro. Nem a reviravolta final funciona (nem mesmo a mudança do personagem que é atropelado e volta à vida, nesta adaptação [que é diferente do livro e do filme cult da década de 1980]). Tampouco funciona a trama paralela da irmã doente.

A partir daí, as cenas tornam-se cada vez mais ridículas e inverossímeis, destruindo tudo aquilo que havia sido apresentado, causando frustação e irritabilidade no público, que sai da projeção decepcionado.

Não ajuda também o fato do elenco não brilhar, a direção não ter nenhum estilo, as cenas sem impacto, a trilha sonora esquecível, a fotografia escura e o enredo que não sustenta o peso da ótima historia de Stephen King.

A temática é muito boa: o que acontece após a morte?, ressurreição, espiritualismo, felicidade, culpa, remorso, perda, luto, qualidade de vida, saúde, proteção exagerada, o momento de contar a verdade às crianças, etc.

Certamente, existem filmes que são melhores permanecerem mortos. É o caso dessa desagradável adaptação.

Prefira o filme clássico Cemitério Maldito (Pet Sematary, 1989).

Para quem gosta de adaptações de suspense e terror de Stephen King, recomendo os ótimos: O Iluminado (The Shining, 1980); Carrie, a Estranha (Carrie, 1976); e Na Hora da Zona Morta (The Dead Zone, 1983).

Divirta-se!

Fontes: IMDb, Alphaville Films, Paramount Pictures, United International Pictures (UIP), Paramount Brasil.