Críticas │ Sai de Baixo: O Filme (2019)

Sai de Baixo: O Filme (2019)

BRA, 2019. 1h23min. Classificação Indicativa: 12 anos. Direção: Cris D’Amato. Roteiro: Miguel Falabella; (colaboração de) Cris D’Amato, Sylvio Gonçalves. Elenco: Miguel Falabella (Caco Antibes), Marisa Orth (Magda), Tom Cavalcante (Ribamar/Dona Jaula), Cacau Protásio (Cibalena), Katiuscia Canoro (Sunday), Lúcio Mauro Filho (Angelita Rollas/Banqueta), Rafael Canedo (Caquinho), Aracy Balabanian (Cassandra), Castrinho (Juiz Nicolau Antibes), Luis Gustavo (Vavá), Ary França (Heleno).

Caco Antibes (Miguel Falabella) sai da prisão e retorna ao Largo do Arouche. Mas, como toda sua família foi despejada do apartamento do Arouche Towers, o mesmo fica morando de favor com o porteiro do prédio Ribamar (Tom Cavalcante).

Assim, Caco tem que se alojar na pequena moradia do porteiro com sua mulher burra Magda (Marisa Orth), seu filho trambiqueiro Caquinho (Rafael canedo), sua sogra e irmã de Vavá, Cassandra (Aracy Balabanian), o dono da companhia de turismo VavaTur, Vavá (Luis Gustavo), e os suburbanos Ribamar e Cibalena (Cacau Protássio).

Não demora muito e o metido Caco (que tem horror a pobre), se envolve em outra roubada: a pedido do juiz Nicolau Antibes (Castrinho), ele tem que transportar, em uma mala rosa, $100.000.000,00 milhões em pedras preciosas para fora do país.

Sua esposa Magda também recebe a mesma incumbência da corrupta Angelita Rollas (Lúcio Mauro Filho).

Para isso, a família toda vai de ônibus, juntamente com uma excursão da 3ª idade, rumo a Foz do Iguaçu, sempre envoltos em muita chanchada.

Tardia adaptação do teatro filmado ao vivo de grande sucesso da televisão brasileira Sai de Baixo, criado por Luis Gustavo e Daniel Filho, exibido nas noites de domingo pela Rede Globo entre 1995 a 2002. Mas, não é tão divertido como era na TV.

Era gravado no palco do teatro paulistano Procópio Ferreira, estimulava a interação com a plateia (quebrando, assim, a quarta parede), saíam do personagem, esqueciam as falas, ou riam das próprias situações que estavam encenando, contava com a participação especial de celebridades, e a química entre os atores era ótima. Funcionava perfeitamente no teatro.

Já no cinema, como a maioria da Comédia Nacional, o problema sempre é o roteiro. A história é fraquíssima, o filme totalmente sem graça, e não consegue escapar das interpretações grotescas e das famigeradas “piadas de banheiro” (aqui chega ao cúmulo das pessoas se comunicarem através do vaso sanitário (!)).

Nada funciona: a cena da cadeia; do apartamento; a troca das malas; a amante de Ribamar, Sunday (Katiuscia Canoro) e sua tia Dona Jaula (o próprio Tom Cavalcanti); o presidiário que persegue Caco, Banqueta (também interpretado por Lúcio Mauro Filho); a perseguição ao ônibus; as tentativas de metalinguagem; a dança final.

A edição tenta salvar o filme como pode, mas as situações são muito constrangedoras. Parece até que tudo foi feito às pressas, corrido e sem o timing (tempo da piada) de comédia.

A Comédia Brasileira contemporânea, apesar de alguns sucessos e da adesão do público, é um verdadeiro desastre. Que saudade dos antigos filmes dos ‘Os Trapalhões’!

Para quem gosta da Comédia Nacional, recomendo dois clássicos: Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko; e O Cangaceiro Trapalhão (1983), de Daniel Filho (criador do ‘Sai de Baixo’ da TV); ambos com Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias.

Divirta-se!

Fontes: IMDb, Lereby Productions, Globo Filmes, Imagem Filmes.